segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ao Papa João Paulo II

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MEMÓRIA E IDENTIDADE de João Paulo II

(BERTRAND Editora, 2ª edição, Lisboa, Abril de 2005)

(p.18) Nas universidades é duramente dificultada toda a forma de pensamento filosófico que não corresponda ao modelo (estabelecido), valendo-se do sistema mais simples e radical:
- actuando contra as pessoas que representavam aquela forma de pensamento filosófico.
Muito significativo é o facto de que os primeiros a serem removidos tenham sido esses mesmos. Eram olhados com suspeita também aqueles pensadores que mantinham uma atitude crítica. Estes não podiam ser removidos, mas podiam ser obstaculizados de vários modos (...), limitando com qualquer meio a sua influência sobre a formação da juventude.

(p.23) O que se conseguia ver, já era terrível (...). A real dimensão do mal não foi percebida por todos; vivíamos submersos numa grande erupção de mal; só gradualmente começámos a dar-nos conta da real entidade do mesmo. É que os responsáveis faziam muitos esforços para esconder seus crimes aos olhos do mundo.
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A RESPOSTA ESTÁ NO VENTO de João Paulo II

(colecção Vida e Cultura, Edição Livros do Brasil, Lisboa, Novembro 1998)

Na página vinte e dois deste livro podemos ler:

Um agradecimento ao género feminino

A Igreja agradece todas as manifestações do génio feminino ocorridas no decurso da história, no seio de todos os povos e nações; agradece todos os carismas que o Espírito Santo proporcionou às mulheres na história do Povo de Deus, todas as vitórias que deve à sua fé, esperança e caridade, agradece todos os frutos da santidade feminina.

A Igreja roga, ao mesmo tempo, que estas inestimáveis manifestações do Espírito que, com grande generosidade, são proporcionadas às filhas da Jerusalém Eterna, sejam atentamente reconhecidas, valorizadas porque resultam numa vantagem comum para a Igreja e para a humanidade, especialmente nos nossos tempos. Manifestando o mistério bíblico da mulher, a Igreja reza para que todas as mulheres se encontrem a si próprias nesse mistério e encontrem a sua suprema vocação.” ⌂

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Peregrinação à Terra Santa (de João Paulo II)


João Paulo II escreve-nos que “a visita ao Cenáculo quer ser uma subida até às próprias nascentes da Igreja. O sucessor de Pedro, que em Roma vive no lugar onde o Príncipe dos Apóstolos enfrentou o martírio, não pode deixar de voltar constantemente ao lugar onde Pedro, no dia de Pentecostes, começou a proclamar em voz alta, com a força inebriante do Espírito, a Boa-Nova de que Jesus Cristo é o Senhor.

As palavras humanas não são suficientes para conter o peso do mistério que o sacerdócio comporta. Existe porventura no mundo maior realização da nossa humanidade do que aquela de poder representar todos os dias in persona Christi o sacrifício redentor, o mesmo que Cristo consumiu na cruz?
Por isso a celebração da Eucaristia não pode deixar de ser, para ele, o momento mais importante do dia, o centro da nossa vida.

Este é o Meu Corpo que será entregue por vós.” – é com profunda emoção que ouvimos uma vez mais estas palavras ditas aqui, nesta Sala Superior, há dois mil anos. Desde então elas foram repetidas, de geração em geração, por todos os que partilham o sacerdócio de Cristo mediante o Sacramento da Ordem.

Na Eucaristia, Cristo permanece presente na Sua Igreja. Esta presença é a maior riqueza da Igreja. Mediante a Eucaristia, Cristo constrói a Igreja. As mãos que partiram o pão para os discípulos na Última Ceia viriam a ser cravadas na Cruz para reunir todos conSigo no eterno Reino de Seu Pai.
Aqui começou para o mundo uma presença nova de Cristo; uma presença que se produz ininterruptamente, onde quer que seja celebrada a Eucaristia e um sacerdote empreste a sua voz a Cristo repetindo as palavras santas da instituição – diz João Paulo II com o coração repleto de espanto e gratidão.

Devemos meditar sem cessar no mistério daquela noite. Devemos, em espírito, voltar com frequência a este Cenáculo onde, especialmente nós, sacerdotes, podemos, de certa forma, sentir-nos de casa.
Tenho a impressão de ver Pedro, o apóstolo de quem eu sou sucessor, enquanto juntamente com os outros discípulos, observa maravilhado os gestos do Senhor, ouve, comovido as Suas palavras, abre-se, embora com o peso da própria fragilidade, ao mistério que ali é anunciado e que dentro em breve se realizará.

Teriam os apóstolos, que tomaram parte na Última Ceia, entendido o significado das palavras saídas dos lábios de Cristo? Talvez não. O verdadeiro alcance do que se passou naquela sala só se viria a revelar plenamente com a Ressurreição, mas nem por isso deixa de ser um mistério. Mistério grande que nos transcende – é certo – e põe a dura prova a capacidade da nossa mente em avançar para além das aparências. Aqui os nossos sentidos falham, mas basta-nos simplesmente a fé, radicada na palavra de Cristo que nos foi deixada pelos apóstolos. Então João Paulo II repete as palavras de Pedro no final da homilia: “Senhor, para quem havemos de ir? Só Tu tens palavras de Vida Eterna.”(S. João 6,68)

Só os santos, com a intensidade do seu amor, podem penetrar na intensidade deste mistério apoiando, de algum modo como João, a cabeça no peito do Senhor. Aqui encontramo-nos, efectivamente, no vértice do Amor. É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o Seu peito, como o discípulo predilecto, deixar-se tocar pelo amor infinito do Seu coração.

Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, entranhando-se na adoração sem limites.”

in livro Porque viajas tanto (João Paulo II)?

de Aura Miguel

Editora: Lucerna, Outubro 2003