terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As Prendas para o Menino Jesus


Feliz Natal e ótima passagem de ano com muita saúde, alegria, amizade e solidariedade; que o novo ano vos traga a realização dos vossos desejos.


30 de Dezembro de 2009
Sobre As Prendas para o Menino Jesus
Jesus Cristo nasceu no ano do recenseamento romano na Palestina. Aproximava-se a data do recenseamento em Belém e era exigido a todos os cidadãos que se recenseassem no concelho onde tinham nascido. José pertencia à linha de David e tinha nascido em Belém. Maria estava prestes a dar à luz, mas o José não podia deixar de comparecer para se recensear em Belém e à sua família para bem de todos e havia datas a cumprir.
Quando chegaram a Belém, esta cidade-vila estava cheia de gente que, como o José, tinha nascido no concelho, mas morava longe. Todas as hospedarias estavam cheias e José não conseguiu lugar em nenhuma delas nem/ou por causa do bebé estar prestes a nascer.
Já nos limites de Belém e perante mais um “não”, José desesperou. Vendo o seu desespero, o dono da hospedaria cedeu-lhes a ramada. Não seria o lugar ideal para um bebé nascer, mas era melhor do que acontecer na rua sem nenhum resguardo. José agradeceu e lá se encaminhou com Maria e o seu burro, em cima do qual Maria fez o percurso de Nazaré a Belém.
José aconchegou umas palhas e Maria deitou-se tapada com as mantas que tinham trazido, enquanto o José saiu a buscar água e algum alimento para os dois. Quando regressou, tal não foi o seu espanto quando viu Maria com um menino ao colo embrulhado na sua roupinha trazida por Maria. Ele não queria acreditar, mas era verdade: Maria já tinha o seu bebé ali, à vista. Correu à hospedaria a pedir uma parteira que a examinasse para saber se estava tudo bem com ela e com o menino. Era noite, seria difícil! - disseram-lhe na hospedaria – Mas, pela manhã, ficasse descansado que teria uma mulher experiente para vê-la. Tinha a sua palavra. – disse-lhe o estalajadeiro.
Finalmente José dirigiu-se com calma para a ramada. A noite não estava fria, mas húmida e lá se deitou ao lado de Maria e do Menino para ficarem mais quentinhos.
Entretanto, uma luz brilhava no céu e não era uma estrela. Era completamente diferente delas. Vários astrólogos a viram e pensaram: É este o sinal pelo qual estávamos esperando. O Rei dos reis já nasceu. Onde terá acontecido? Quem será ele?
Os astrólogos daqueles tempos eram pessoas muito importantes e muito desejadas. Os reis só tomavam decisões, após ouvi-los. Na verdade, eram eles que governavam porque os reis só faziam o que os magos (assim se chamavam naquela época) lhes diziam e aconselhavam. Mesmo que desejassem muito fazer o contrário, não se atreveriam porque não queriam as consequências que o mago tinha avisado que aconteceriam, se o rei teimasse em fazer o que queria. Os magos viviam muito bem, eram muito respeitados e eram os cientistas da época.
Mais uma vez, os magos sabiam o que mais ninguém sabia: o Rei dos reis tinha nascido e só eles o sabiam. Aquela luz o testemunhava e aquela luz era Cristo. Mas Cristo não avisou apenas os magos. Aquela luz apareceu perto dos pastores com um anjo. Eram pastores que, de madrugada, tinham saído com os seus rebanhos para passarem o dia na serra. Disse-lhes o anjo:
- Esta noite, na cidade de David, nasceu-vos o Salvador que é o Messias, o Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.
De repente, os pastores que já estavam cheios de medo com a presença daquela luz e do anjo, ouviram uma multidão de vozes, sem verem ninguém, cantando:
- Glória a Deus nas alturas e paz na Terra a todos os de boa-vontade. (S. Lucas 2, 8-15)
Os pastores ficaram extasiados com aquela manifestação divina (teofania) e após, decidiram ir a Belém ver o que tinha acontecido e que o Senhor lhes dera a conhecer.
Entretanto, já era manhã cedo, Maria e José esperavam a parteira e decidiram pôr o Menino na manjedoura perto da vaca que estava na ramada e do seu burro e fizeram a sua higiene.
O estalajadeiro saudou-os e trouxe um jarro com o qual ordenhou a vaca e ofereceu o leite para o Menino beber e os pais também. Também lhes ofereceu pão e chouriço. A parteira entrou e ficou com Maria, enquanto José saiu com o estalajadeiro que se sentia uma pessoa muito feliz.
Chegaram os pastores e contaram ao estalajadeiro e a José o que lhes tinha acontecido. O estalajadeiro e José ficaram estupefactos. Sai a parteira e diz a José: - A sua mulher está bem e o Menino também. Ela é uma santa. Cuide bem dela!
Quanto lhe devo? - pergunta-lhe José e ela diz: - Nada! Nada! E sai, benzendo-se muitas vezes. José entra na ramada, preocupado. O que se passa, Maria?
Está tudo bem! - diz-lhe ela.
Podemos entrar? Queremos ver o Menino. É o Messias! - dizem os pastores. Entrem! Entrem! - disse-lhes José. Eles ajoelharam-se em frente do Menino e as ovelhinhas circundaram-nos balindo, contentes. Os pastores ofereceram os queijos que tinham, pão e leite.
Chegaram mulheres com fruta e uma sopa quente para eles e para verem o Menino e assim foi toda a manhã.
Depois chegaram familiares de José que acorreram para conhecer o Menino, não sabendo que lá estava José. Reconheceram-se e ficaram muito contentes. Levaram José, Maria e o Menino para sua casa. José agradeceu, comovido.
Manhã cedo da noite em que nasceu, já Jesus Cristo estava a receber prendas; bem simples, é verdade; mas prendas com o coração.♥
ramada = abrigo feito nos campos para recolha de gado.
ordenhar = espremer as tetas de um animal-fêmea para lhe extrair o leite.❐
mailto:www.eu.maria.figueiras@gmail.com

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